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Formados pela via clássica – em instrumentos que não têm representação directa no line-up do grupo, como sejam a harpa, o contrabaixo ou o… órgão de tubos, pelo Conservatório, ou ainda a bateria, através do Hot Clube – os quatro elementos-base dos Bypass (Bruno Coelho, Eduardo Raon, Miguel Menezes e Rui Dias) conseguiram desde cedo estabelecer entre si uma forte empatia musical. À teoria souberam apor a experimentação, num jogo de forças permanente que veio resultar neste rock de texturas densas, essencialmente instrumental, minucioso, laboratorial e deliciosamente abundante nos timbres. Para o estúdio, tal como já acontecia antes nos palcos, levaram várias dezenas de pequenos e grandes instrumentos, alguns deles criados pelos próprios como uma lapsteel guitar. A comparação com o pós-rock de Chicago dos anos 90 e com o som de outros grupos da então influente Thrill Jockey, que muitos identificaram de imediato, nunca foi inadequada, mas a maior parte dos temas que respondiam a essa observação tinham sido, curiosamente, criados antes de qualquer elemento tomar conhecimento com o que os Tortoise ou os Trans Am andavam a fazer… Entre aqueles que conhecem os Bypass dos concertos, do EP homónimo ou das anteriores maquetas, a pergunta "quando é que sai o álbum?" vai deixar de ser recorrente. A longa espera deveu-se ao apurado sentido de zelo que os Bypass colocam no que fazem. Não faças hoje à pressa o que amanhã poderás acabar com mais cuidado, dir-se-ia. E "Mighty Sounds Pristine" é justamente espelho da atenção que é dada aos pormenores, resultado de um longo processo de trabalho, de polimento de imperfeições, de descoberta de novas formas de produzir e de aperfeiçoamento da intrincada malha de sons microscópicos que constituem as suas canções. Texto de Vitor Junqueira |
Bypass
Discografia
MP3
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